17/12/2002
Maratona do Reggae foi uma mescla de desorganização e Roots Rock Reggae para fazer chorar de emoção!
 
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No último dia 14 de dezembro, as raízes do reggae invadiram o Anhembi, em São Paulo. E quem veio puxando esse cast de peso do reggae nacional, foram dois dos nomes mais importantes do Roots Rock Reggae: O veterano Peter Broggs e a banda que escreve em todas as letras que o verdadeiro Reggae Roots está mais vivo do que nunca... o Midnite. Claro que os donos da noite ficaram para o final da festa, mas o início da Maratona foi bem preenchido pelas principais bandas de reggae nacional como: Leões de Israel, Rasta Joint, Djambi, Macucos, Reggae Style, e outras. Planta&Raiz e Adão Negro também marcaram presença. Mas um dos principais personagens da noite de sábado no Anhembi com certeza foi o temporal que caía impiedosamente. Pergunte: Alguém desanimou? É claro que não... provando que a alma do regueiro brasileiro, além de fiel, é "impermeável".

O que todos estão cansados de saber, e não sei por que insistem nisso, é que "misturar as coisas" em nível de organização, é igual a tumulto e ânimos exaltados, basta lembrar da polêmica em torno do Tributo a Bob Marley de 2001. Não bastando essas confusões, nomes como Edson Gomes, Mystical Roots e Dionorina não tocaram. Dionorina até iria tocar de graça pela bagunça financeira em torno do evento, mas foi impedido pelos "magnatas". A Tribo de Jah, muito esperada pelo público, também deu furo. Enfim, o evento precisava de bons motivos para se salvar. E teve. As bandas nacionais cumpriram seu papel com competência e deixaram o terreno preparado para os senhores da noite. Holofotes para as bandas Leões de Israel, Reggae Style e Rasta Joint. Reggae nacional de peso, tanto em letras como em arranjos. Desta vez, o Rasta Joint (MG) tocou sem Charleston Reis, o Charlin, que era uma "figura" expressiva no palco. Atualmente ele trabalha em Roraima e saiu da banda... esperamos que temporariamente. Bulldog, baixista, assumiu os vocais, e com as belíssimas vozes de Fernandinha e Neguinha na retaguarda, pedradas do cd União e até um som de Rita Marley agitaram a galera presente.

PETER BROGGS


Chuva dando ares de trégua, saímos um pouco dos dois palcos da Maratona para conferir a entrevista de Leo Vidigal, do Massive Reggae, com Peter Broggs (foto). Dando lições de vida, humildade e com muita simplicidade, Peter tirou fotos com todos que assim desejavam (foto), e ainda soltou a voz no mic do gravador. Mesmo com pouca luz, tínhamos que registrar esse momento (vídeo). O Djambi estava fazendo sua apresentação e se aquecendo para dividir palco com Mr. Broggs, que os escolheu para ser a banda de apoio. Com a bandeira brasileira em suas mãos por todo o show (foto), "Jah Voice is Calling" faz as honras da casa, mostrando que a apresentação iria ser mágica. Peter Broggs chega a entorpecer o público com suas músicas e postura de palco. O Djambi acompanha o Homem com maestria. "International Farmer" foi outra pedra que pôs fogo na galera presente. Trinta minutos de profunda viagem, e aquela sensação de "será que valerá a pena?" é transformada em pó.

O Planta&Raiz fez seu show direitinho, como manda o figurino, mas todos esperavam o Roots Rock Reggae do Midnite. A única coisa que foi "um pouco diferente" no show do Planta, foram alguns insultos de um rapaz no pé do palco. Zeider mandou uma mensagem que posteriormente foi direcionada ao sujeito. Kiko, empresário da banda, gesticulou com o agitador e a situação foi controlada. Chuva, tumultos, bate-bocas, ausências, enfim, faça a soma de tudo isso... Pronto? Ron, Dion Hopkins, Philip Merchant, Abijah e Vaughn Benjamin atropelaram isso e muito mais. O Midnite domina o palco.

MIDNITE


As raízes se incrustam... no mínimo arrepiante. "The Race so Far", "Pay Gone", "Hieroglyphics", e outras pedradas, fizeram o Anhembi se emocionar com a humildade, a simplicidade e a potência do Midnite. Ron, tecladista da banda, não parava um minuto, não pra menos, o som que rolava era "Rasta to the Bone" (vídeo). Elétrico em palco, ele até cantou uma música sozinho (foto). E a bateria? Sabe o que é sentir seus batimentos cardíacos se renderem ao ritmo das batidas do Roots Reggae? Pois é assim que nos sentimos ao conferir o compenetrado Dion Hopkins a menos de 2 metros de distância (foto). Abijah, guitarrista da banda, mostra que simplicidade e a simpatia são os ingredientes primordiais para assumir tal posição (foto). Philip Merchant, baixista, era um que não perdia a concentração (foto), mesmo com a deliciosa algazarra dos integrantes do Reggae Style, e outras 40 pessoas que assistiam sem problemas ao show no próprio palco. Vale lembrar que teve banda de nosso próprio solo que impediu alguns fotógrafos de cumprir seu trabalho, "privilegiando" apenas alguns convidados com o acesso, bem contraditório à tão envolvente filosofia e magia do momento.

Agora uma chamada especial para Vaughn Benjamin (foto). O vocal que traz consigo uma energia... uma imagem especial. Sua expressão, tanto corporal como facial, são tão transparentes e íntegras que chegam a provocar uma "sensação de esperança...". Letras recheadas de mensagens e lições que são tão simples de serem entendidas e aplicadas, que algumas vezes nos deixa um ar de "Por que não faço isso?". Nem a organização pressionando o fim do show, e nem alguns seguranças descontentes em executar seu papel até o fim, puderam impedir os incríveis 90 minutos de espetáculo que tivemos o privilégio de presenciar. Quem foi viu, escutou, sentiu e principalmente se emocionou no dia em que 1 homem de Hanover e mais 5 rapazes de St. Croix, nos mostraram que viver, além de uma dádiva, é ter humildade e respeito... coisas que infelizmente, mais uma vez, os "magnatas" mostraram não ter. Roots Rock Reggae prevaleceu e Haile Selassie se orgulhou dos que absorveram toda a mágica presente. Irie!

IMAGENS DO EVENTO


 Confira as fotos deste grande evento.

MULTIMÍDIA



Clique aqui e veja a banda Midnite com "Ras to the Bone".


Clique aqui e veja Peter Broggs com o clipe de "Cease the War".


Fonte: Equipe Surforeggae








 
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