27/08/2022
Rototom Sunsplash! O Surforeggae foi à Espanha conferir de perto o maior festival de reggae do mundo!
 
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As pessoas aficionadas por Reggae e que gostam de acompanhar os shows certamente já ouviram falar do Rototom Sunsplash. O Festival que surgiu em 1994 na Itália passou a ser realizado em Benicassim na Espanha desde 2010. Esse ano foram 7 dias de evento e muitas atrações e atividades.

Na grade de artistas, nomes como Damian Marley, The Skatalites, Natiruts, Julian Marley, Clinton Fearon, Sean Paul, Max Romeo, Marcus Gad, Morgan Heritage, Eek-a-Mouse, Horace Andy, Luciano, Burning Spear, Alborosie e Sly Dunbar & The Revolutionaries e Feminine Hi-Fi, também representando o Brasil (além do Natiruts).

As atividades também são muitas e incluem um Fórum Social com discussões relevantes, a Reggae University, dedicada a painéis e apresentações de personalidades do Reggae, a House of Rastafari com temas ligados à cultura rasta, mercado de artesanatos, roupas e outros produtos, espaço para crianças e muito mais.




Pois decidimos participar dessa imersão e contamos a seguir um pouco da experiência de vivenciar o Rototom Sunsplash 2022.

A CHEGADA


O Rototom Sunsplash acontece num espaço de eventos na cidade de Benicassim, litoral Espanhol. As pessoas normalmente se hospedam no Camping do Festival, Hotéis, ou apartamentos em Benicassim ou em cidades vizinhas como Castellón de La Plana.

Na noite anterior à nossa chegada ficamos sabendo que um vendaval interrompeu o festival e a área precisou ser evacuada para a segurança de todos. Com isso, infelizmente a apresentação do Feminine Hi-Fi e outras (como da Nkulee Dube, filha de Lucky Dube) não aconteceram.




Para chegar do Brasil até lá a jornada foi longa, começando com vôos do Brasil até Lisboa, depois Madrid, e finalmente um trem até a cidade sede do festival. A depender da cidade de origem, é possível chegar também via Barcelona ou Valencia, na Espanha. Nessa época, o calor na Espanha é bem forte, então nos preparamos para caminhadas e muito sol. Curtimos o Festival do terceiro ao sétimo dia.

Dia 1: RECONHECIMENTO e SHOWS


No nosso primeiro dia de Festival chegamos por volta das 18h para fazer o reconhecimento da área e curtir a primeira atração da noite no palco principal que foi o ícone Max Romeo, velho conhecido do público brasileiro. De cara percebemos uma grande quantidade de bares e restaurantes, além dos dois principais palcos (Lion Stage e Main Stage) e de diversas áreas dedicadas ao Dancehall, DUB e Música Africana.




É impossível presenciar tudo ao mesmo tempo, então optamos por conferir um pouco do Reggae University que nesse dia teve a presença de Xana Romeo (Filha de Max Romeo) e Aza Lineage, duas artistas que representam a grande renovação e essencial presença feminina na cena internacional.

Abrindo a noite no palco principal, o veterano Max Romeo no auge dos seus 77 anos representou muito bem e fez um super show, ficando muito surpreso ao nos ver logo após a apresentação. O público vibrou a cada clássico como "War Ina Babylon" e "Chase The Devil". Max também deu uma oportunidade ao seu filho Azizi Romeo que cantou no show. Já Xana Romeo apresentou seu show completo mais tarde no Lion Stage ao lado da banda de apoio do próprio pai. Mas a noite teve ainda diversos nomes fortes como Morodo, Yaniss Odua e o astro do dancehall jamaicano Sean Paul.


(Max Romeo no palco do Rototom)


Apesar de no Brasil o dancehall não ser tão forte, em outras partes do mundo ele reúne multidões. Sean Paul foi o artista que mais levou gente ao palco principal, tanto que o som parecia bem baixo mesmo mais próximo ao palco.

Dia 2: O GRANDE EEK A MOUSE


Como os shows do Festival começam por volta de 8 da noite, durante o dia para quem se hospeda em Benicassim ou Castellón é possível pegar uma praia ou fazer um pouco de turismo. As cidades são bonitas e cheias de história e as praias igualmente belas.


(Eek a Mouse no palco do Rototom)


Abrindo o palco principal nesse dia, Eek-a-Mouse acompanhado de Mafia & Fluxy roubaram a cena. Foi um dos melhores shows do festival com várias músicas que fizeram o público vibrar, e claro, Eek como sempre fazendo as pessoas se divertirem muito. Tivemos a oportunidade de encontrá-lo e o mesmo declarou que espera voltar logo ao Brasil. Eek recentemente lançou um livro "My Corona Year in Sweden" com fotografias incríveis e muitas reflexões e histórias que viveu na Suécia, onde reside atualmente.




O outro grande destaque da noite ficou para o Morgan Heritage que indiscutivelmente apresenta um dos shows mais sólidos do Reggae Mundial. Os três irmãos Peetah, Gramps e Mojo acompanhados de sua super banda fecharam a noite com chave de ouro, mostrando sucessos e também músicas mais novas. O show do Morgan também ficou entre os nossos favoritos.


(O grande Morgan Heritage no palco do Rototom)


GRANDE SURPRESA: MARCUS GAD



No terceiro dia o corpo já começa a apresentar pequenos sinais de cansaço, afinal a viagem até chegar a Benicassim durou mais de 24 horas e as noites eram longas, incluindo muitas caminhadas até o Festival e dentro dele próprio, para conhecer cada uma de suas propriedades. Geralmente saíamos às 17h e só retornávamos às 4 da manhã, fora as atividades na cidade ou praia durante o dia.

O dia 20 (sábado) ficou marcado pela apresentação de Horace Andy, abrindo o palco principal e pelo show brilhante de Marcus Gad, enorme promessa do reggae roots mundial no Lion Stage. A apresentação de Horace contou com uma série enorme de "Pull Up" - ou seja, a cada introdução da música, com a vibração do público, o artista interrompia a banda e começava novamente.


(Horace Andy se apresentando no Rototom 2022)


Isso é um hábito de muitos artistas jamaicanos e às vezes pessoas desinformadas acham que eles voltam a música porque a banda errou, o que não é o caso.

Após circular pelo festival tivemos a chance de conhecer de perto o artista que mais vem crescendo nos últimos anos no segmento do reggae roots - Marcus Gad. O Artista é da Nova Caledônia, território Francês próximo da Austrália e repleto de tribos. O som de Marcus Gad e sua banda Tribe é simplesmente incrível. Foi um dos melhores de todo o festival e merece sem dúvida o palco principal.


(Marcus Gad no Lion Stage do Rototom 2022)


A importância do artista foi comprovada com a quantidade de pessoas no Lion Stage - de acordo com o que vimos foi o artista que mais atraiu público nesse palco. O repertório foi místico e pesado, relembrando muitas vezes o som das Ilhas Virgens. O público cantou junto em vários momentos e ao final do show o artista e sua banda mostraram humildade descendo para o lado do palco para tirar fotos e autografar discos e pôsteres para os fãs.


(Toda atenção de Marcus Gad com os fãs)


O PENÚLTIMO DIA


O penúltimo dia do Rototom foi talvez o que continha a maior quantidade de atrações que agradaria aos brasileiros. Foi um verdadeiro desfile de lendas, começando com o The Abyssinians comandado por Donald Manning, no auge dos seus 82 anos de idade. Infelizmente o vocalista principal Bernard Collins já não se apresenta mais por motivos de saúde. O show do Abyssinians foi repleto de hits, sobretudo dos álbuns "Satta Massagana" e "Arise".


(As lendas do Abyssinians no palco do Rototom)


Um outro show histórico marcou essa noite - Sly Dunbar & The Revolutionaries, reunião especial das lendas Sly (bateria), Lloyd Parks (baixo), Franklin "Bubbler" Waul (teclados), Dean Fraser (sax), Lenky Mardsen (teclados) e Earl "China" Smith (guitarra). Essa verdadeira constelação da música jamaicana mostrou um repertório incrível com clássicos riddims desde a época do Channel One, com direito a belíssimas homenagens a Tabby e Bunny do The Mighty Diamonds e a Robbie Shakespeare, lendas do Reggae que nos deixaram recentemente.


(Palco de estrelas no Rototom!)


Assim como nos outros dias, fomos privilegiados e convidados pelos artistas a ficar com eles no backstage - o que rendeu muitos momentos inesquecíveis já que não víamos alguns deles há anos.


(Rafael, do Surforeggae, e o grande Luciano)




(A lenda Lloyd Parks)




(Henrique e Rafael da Riddim Agency/Surforeggae e Burning Spear, ao lado de sua esposa Sonia Rodney)


O terceiro show que destacamos nessa noite foi do Alborosie. Além de ter sido uma das atrações que mais lotou o Main Stage, Alborosie fez uma performance memorável ao lado de sua banda altamente competente - a Shenghen Clan. Sem dúvida marcou, acompanhamos do palco e foi um dos shows que mais mostrou conexão com o público presente.


(Alborosie e um show eletrizante no Rototom 2022)


ENCERRANDO COM CHAVE DE OURO


Para fechar a maratona do Rototom 2022, o eleito foi a lenda Burning Spear, que interrompeu sua aposentadoria e resolveu entrar numa turnê que passou pelos EUA e alguns países da Europa até então. Mas antes disso, pudemos acompanhar o excelente show do jamaicano Luciano, sem dúvida um dos melhores da sua geração. Luciano é um dos nomes que mantém a chama do Reggae viva, já que muitas das lendas da fundação do Reggae estão nos deixando por conta da idade avançada.

O show de Burning Spear contou com seus grandes clássicos, mas sentimos falta de algumas músicas como "Columbus". Quase todas as faixas do repertório ganharam versões estendidas com Spear tocando as congas. "Door Peep", "African Postman" e "Old Marcus Garvey" foram pontos altos do show.

O som durante a apresentação de Spear também estava um pouco baixo e era preciso chegar bem próximo para curtir em sua plenitude. No geral o veterano está em forma e esperamos que ele não retorne à aposentadoria sem antes fazer muito mais shows, inclusive no Brasil. Ainda fomos alguns dos poucos sortudos a conseguir dar um oi à lenda, que lembrou do seu show no Festival de Verão de Salvador em 2006.

Após o show de Spear, hora de voltar pra casa e guardar na memória pra sempre os momentos incríveis que vivemos no Rototom 2022. Esperamos que vocês tenham sentido um pouco da energia através das nossas coberturas diárias e stories no Instagram e pelos relatos aqui compartilhados. Até a próxima!


Fonte: Equipe Surforeggae





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