Eles Vieram: A banda de roots reggae, The Gladiators, fez apresentação ímpar no Expresso Brasil. Confira!

08/05/2004
Eles Vieram: A banda de roots reggae, The Gladiators, fez apresentação ímpar no Expresso Brasil. Confira!

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Muitos duvidaram, era bom demais para acreditar plenamente, mas eles vieram! Depois de tantos sustos envolvendo a saúde de Albert Griffiths e a saída de Clinton Fearon da banda, o grupo jamaicano parecia cada vez mais distante do primeiro show em São Paulo... digamos que essas impressões foram literalmente esmagadas na última noite do dia 7 de maio.

Dividindo palco com algumas bandas do circuito nacional como Leões de Israel, Motivo de Chacota, Salvação, Expressão Regueira e Filosofia Reggae, obviamente que as dependências do Expresso Brasil, de 2000 m2 só de pista, iriam ser tomadas pelo público, e foram. Falava-se muito em atrasos (baseado em fatos como o show de Alpha Blondy em São Paulo), e os que acharam que o Gladiators iria se apresentar lá pelas 2 da manhã podem ter perdido grande parte da performance, e se foi o caso, perderam muito.

A 01:30 da manhã, Albert Griffiths e os Gladiators sobem ao palco. Inevitável aquela "tremidinha" nas pernas. A coisa era
muito surreal. Músicas como "Write to Me" do álbum Naturality (1979), "War is Over" e "Trial and Crosses" dos álbuns mais novos, no caso 2002 com Once Upon a Time in Jamaica, fizeram a ficha cair.

Albert estava muito à vontade e lançava sorrisos a todo tempo, talvez porque não esperava uma receptividade tão forte e de tantas pessoas (foto). Coros em músicas como "Look is Deceiving" fizeram o "gladiador" se emocionar. A banda estava completa, e os instrumentais impecáveis. O baixista Earl "Bagga Walker" chamava muita atenção (foto), talvez um dos mais pesados de todas as coberturas do Surforeggae, e olha que temos nomes como Culture, Alpha Blondy, Midnite e Sly & Robbie no currículo.

Em um ponto alto do espetáculo, Albert Griffiths chama seu filho Al. Isso simplesmente foi uma viagem no tempo. Não só
fisicamente, o rapaz tem a voz idêntica a do pai, arrepiando a todos com a belíssima "BellyFul" do álbum Trenchtown Mix Up de 1976, e a pedrada "Mix Up". Enquanto o filho cantava, Albert se juntava a Gallimore Sutherland em um mesmo microfone.

Chamando a responsabilidade novamente, "Dreadlock the Time is Now" é levada com maestria. Al levou músicas antigas com muita autoridade, e chegava a agudos, que seu pai talvez não chegue hoje, com extrema facilidade. Do álbum Proverbial Reggae de 1978, saíram as pedradas "Stick a Bush", cantada do começo ao fim pela galera, e "Jah Works". Como de costume, a apresentação da banda é feita na "Stick a Bush". Destaques para os solos de Guitarra e Trumpete (foto).

"Riddle Me Dis" do Strong to Survive e até "Get up, Stand up", cantada no improviso por um dos produtores ao lado de Albert Griffiths (foto), fizeram o público se deliciar e até "deixar pra lá" a ausência da grande "Soul Rebel" do álbum Trenchtown Mix Up, mas original de Bob Marley.

O público atônito mal teve tempo de pedir o bis, e a banda já havia deixado o palco. No backstage, o assédio era grande por parte da imprensa e fãs, mas conseguimos registrar alguns autores de toda aquela "pedrada" (foto), e um belo sorriso do grande Albert Griffiths (foto). Mágico do começo ao fim, talvez seja a maneira mais humilde de definir tal espetáculo. Eles deixam as dependências do Expresso Brasil e as cortinas se fecham para a primeira e imbatível noite de Reggae Raiz de 2004 (foto).

IMAGENS DO EVENTO