05/06/2022
GRAÇAS E LOUVORES! Cine Jóia estremece com o poderoso som dos Twinkle Brothers!
 
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Desde que começamos o projeto Surforeggae, há 22 anos, tínhamos alguns sonhos. Além de propagar a música reggae e toda sua cultura envolvida, assistir os shows das bandas mais emblemáticas da história era o nosso norte. Mas Jah fez muito mais por nós.

Em 2005 começamos a produzir shows, tendo a honra de trabalhar lado a lado - e criando laços de amizade - com lendas como Abyssinians, Gregory Isaacs, Israel Vibration, Don Carlos, enfim, uma verdadeira constelação.

Porém, um nome faltava nessa caminhada. Um nome que sempre falávamos com muito carinho e respeito: Os Twinkle Brothers! Enfim, essa espera acabou.

UM TRISTE HIATO


A realização deste evento em especial não foi fácil. Partilhando do mesmo profissionalismo e PROPÓSITO, o grupo You & Me on a Jamboree e a Riddim Agency tiveram um grande desafio para tornar possível os Twinkle Brothers no Brasil: A COVID-19.

A trágica pandemia que ceifou quase 7 milhões de vidas mundo afora, também interrompeu este grande espetáculo, idealizado originalmente para 2020. Portanto, tornar possível a vinda destas lendas 2 anos depois se tornou algo ainda mais especial.

UM PRIVILÉGIO: ESTAR VIVO!


Regueiros de todas as partes do Brasil e da América do Sul disputaram seu espaço nas duas únicas apresentações no Cine Jóia, tradicional casa de shows na capital paulista, que aliás apresentou excelente público, tanto na sexta (dia 3/6), quanto no sábado (dia 4/6).

Falou You & Me, falou Jurassic Sound System, e a seleção de esquenta sempre é um dos componentes mais aguardados nas festas Jamboree, porém, desta vez, até esta seleção foi além.

O Selectah Jurássico fez uma impactante introdução sobre a importância desta festa e de todos estarmos vivos e com saúde após um dos capítulos mais tristes da história da humanidade, a pandemia do COVID-19. Era um privilégio estar ali, mas infelizmente o reggae foi profundamente marcado.


(O saudoso e eterno Toots Hibbert)


Por conta deste terrível vírus, nomes como Delroy Washington, Dobby Dobson e Siddy Ranks lamentavelmente nos deixaram, mas a comoção frente ao falecimento do icônico Toots Hibbert foi algo pouco visto na história do reggae, e o DJ Jurássico dedicou um set com os maiores sucessos desta lenda.

O PODER DOS CINTILANTES


A expectativa era enorme para a entrada dos Twinkle Brothers em palco. Muitos falavam: "Chegou a hora do culto!". É bem isso, e assim grifa o vocalista Norman Grant:

...a música dos Twinkle Brothers é poderosa porque tem propósito e significado!




Por volta da 1 da manhã, a banda assume o palco para marcar história no país e no coração de cada amante do ritmo de Jah presente. Esbanjando energia e simpatia, Norman Grant entra dançando e interagindo com o público, que recebia uma verdadeira parede sonora aos primeiros toques de "It’s Only Rasta". De arrepiar!

Na sequência, "It Dread All Over" e o combo "Babylon Falling" e "I Don’t Want To Be Lonely Anymore" são como mantras de elevação espiritual, extremamente marcantes e imponentes.

Sempre interagindo com os atabaques, Norman Grant, com apenas uma das mãos, dava aquela pitada Nyabinghi nas canções, tornando a experiência ainda mais imersiva. Aliás, vale destacar a interação de Norman com o público, sempre dando microfone, chamando coro e deixando a vibe lá em cima. Que frontman!


(Norman Grant no comando)


Em seguida, "Since I Throw the Comb Away", grande hit do grupo, é cantado pela massa com muita força, impactando nítidamente os integrantes, que devolveram o carinho com uma sequência matadora: "Jah Jahovia", "Barabas", a pesadíssima "Jah Kingdom Come", "Don’t Forget Africa" e "Somebody Please Help Me", um ska que Norman escreveu em 1966, sendo este o primeiro single dos Twinkle Brothers.


(Ralston Grant cantando "Barabas")


Um detalhe interessante, inclusive destacado por Norman Grant, é que a banda não usa set lists para seus shows. Segundo o vocalista, tantos anos a frente dos Twinkle Brothers lhe trouxe uma sensibilidade de perceber, apenas olhando nos olhos do público, qual música deveria ser executada.

Isso faz com que os shows não sejam exatamente iguais. Apenas como exemplo, sexta-feira rolou o clássico "Patoo", pedrada do álbum "Countrymen" de 1980, e no sábado não. Em compensação, somente a galera do sábado pôde curtir "Mob Fury" e "Robot".

Mantendo o peso, o baixista Dub Judah assume os vocais em "Babylon is a Trap", que antecedeu os clássicos "Enter Zion" e estas que quase fizeram o Cine Jóia desabar: "Faith Can Move Mountains" e "Never Get Burn"!


(O guitarrista Black Steel)


Ainda tivemos "Free Africa" e o clássico imortal de Bob Marley, "Redemption Song", cantada pelo guitarrista Errol ’Black Steel’ Nicholson. Pedida praticamente desde o início da apresentação, tivemos a pancada "Rasta Pon Top", e o fechamento com "Repent".




Era fácil ver no rosto do público o sentimento de satisfação, e não só com a impecável performance dos Twinkle Brothers, mas também com a organização do evento, respeitando horários, oferendo boa estrutura para banda e público e cobrando o compatível por um show desta magnitude. O público sente e entende que todos se beneficiam quando a cena é valorizada dessa forma.

E aos irmãos Grant e banda, todo o nosso carinho e respeito pela caminhada de tantos anos, o legado é esta obra riquíssima repleta de ensinamentos que ecoarão pela eternidade. Jah guia!


Fonte: Equipe Surforeggae

Twinkle Brothers

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