25/09/2004
O mestre maluco do DUB encontra Dalua no Circo. O Brasil está nos futuros projetos de Mad Professor!
 
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Hoje o Rio recebe a visita do produtor Mad Professor (nascido Neal Fraser). Ele veio ao Brasil especialmente para os shows de lançamento do disco "Mad Professor meets Marcelinho Dalua in a dubwise style" (Deckdisc), que acontece no Circo Voador, às 21h. O "professor maluco" nasceu na Guiana, vive em Londres, e costuma dubear discos de outros, como já fez com o Massive Attack.

Além de trabalhar para fora, ele lança discos próprios (nenhum deles saiu no Brasil, mas um acordo com a Deck vai acabar com essa lacuna). Mad Professor é um dos sinônimos de dub hoje. O dub é uma versão do reggae, na qual as músicas são alongadas e os instrumentos são dobrados e acrescidos de eco. Apesar de cansado (vinha da Venezuela), ele parecia animado e feliz por estar de novo no Brasil.

AO TELEFONE


"É muito bom estar aqui. Até o sol está brilhando."
Sobre o seu trabalho no disco de Dalua, ele disse não ter ficado 100% satisfeito. Mas ressaltou que isso é comum.

"Fiquei 90% satisfeito. A diferença entre esse e outros discos que produzi, é que o som brasileiro tem mais ritmo. Isso também me fez conhecer mais a música do Brasil. Foi um dos motivos pelo qual me interessei pelo projeto. É dub reggae com um sabor latino."

PROCESSO EM PARTES


"Primeiro trabalhamos no estúdio da Deck, quando estive aqui em fevereiro, com Marcelino (ele não consegue dizer Marcelinho). Depois completei o trabalho em meu estúdio, em Londres. Gostei muito do trabalho dele, porque acena para o futuro ao pegar músicas e ritmos do passado e dar a eles uma direção diferente.

Mad Professor costuma recriar discos para tantos outros artistas, que nem consegue mais se lembrar dos nomes para citar alguns:

"Ah, man, é difícil de lembrar, tem que olhar na minha biografia (ri). Mas tenho feito muitos nos últimos anos. Às vezes refaço um álbum inteiro, às vezes só os remix."

CRÍTICAS AO REGGAE JAMAICANO ATUAL


Para ele o reggae passa por um bom momento em quase todo o mundo, menos na Jamaica e no Reino Unido:

"No momento, é a música internacional mais forte, mais do que imaginamos. Você não ouve nas rádios, mas se for sentir o pulso das pessoas verá que está lá, em muitos países. Há festivais na Itália, na França, Rússia, Japão, com várias bandas novas locais. Mas não há tantas bandas de reggae hoje na Jamaica e no Reino Unido. As bandas foram substituídas pelos DJs" diz, com certa melancolia na voz.

O "professor" se refere ao dancehall, um novo estilo de reggae, que não usa bandas e cujas letras falam de violência e são preconceituosas, como no gangsta rap.

"Como música, acho o dancehall válido, porque não dá para parar a evolução da música e das pessoas, mas, pelo lado das letras e da ideologia, pessoalmente acredito em uma música com mensagens positivas."

Com tanto trabalho para outros, Mad Professor está há alguns anos sem lançar um disco próprio. Mas disse que o próximo terá influências brasileiras e será lançado aqui.

"É claro que isso vai aparecer em meus próximos álbuns, até porque eu já fiz remix para Chico Science e Cidade Negra, já tenho algum background. Estou sem tempo de fazer um disco meu porque tenho viajado muito e feito coisas para outros.


Fonte: Tom Leão








 
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